quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Estado da Democracia (3)


Pacheco Pereira avisa que o PS controla fundações, media e negócios. E deixa críticas às juventudes partidárias.

Foi uma espécie de aviso à navegação o que José Pacheco Pereira deixou em Leiria na sexta-feira à noite: "Ninguém pense que é fácil ganhar as eleições ao PS", que segundo o deputado tem uma rede montada na política portuguesa. O alegado controle das fundações, da comunicação social "e dos negócios" conferem ao PS uma posição confortável para permanecer no Governo.

"O PSD não pode competir com o PS assim", sublinhou Pacheco Pereira, que falava durante um debate sobre "o estado da democracia", promovido pela JSD de Leiria, numa mesa em que também estavam Paula Teixeira da Cruz (vice- -presidente do PSD), José Manuel Fernandes (ex-director do Público) e o politólogo Adelino Maltez.

E foi essencialmente para os jovens que Pacheco Pereira falou, sem perder de vista que o novo líder do partido, Pedro Passos Coelho, foi um deles. "O que acontece hoje nas juventudes partidárias é uma espécie de trade off, em que cada vez é mais importante dar nas vistas para conseguir um emprego."

De resto, assim se explica que os conflitos partidários sejam hoje muito duros: "Porque o que está em causa é o emprego de muita gente. E essa rede de empregos é muitas vezes o património das secções." Pacheco generalizava com o exemplo do jota que vai na lista para ser vereador, e que depois de eleito leva para assessor um membro da secção, que por sua vez lhe há-de suceder no cargo e seguir-lhe o exemplo.

Quanto à nova vice-presidente do partido, foi igualmente pessimista. Disse que, "desde que o PS está no Governo, se legisla ao sabor do caso concreto", também que "Portugal está à beira da falência", uma situação "que nos coloca como nunca numa dependência". E constatou que os portugueses dirigem o voto "contra alguém e não a favor". "É contra a democracia, o que a pode matar."

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