A advogada Paula Teixeira da Cruz criticou o Governo por legislar «ao sabor do caso concreto», durante o debate «O Estado da Democracia», promovido pela JSD no teatro Miguel Franco, em Leiria.
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A jurista referiu que «desde que o PS está no Governo, legisla-se ao sabor do caso concreto» e «tudo começou com o caso Casa Pia», o que «perverte a Justiça», refere a Lusa.
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«A Justiça está cheia de maus exemplos. Não convém ao poder político uma Justiça que funcione», salientou, acrescentando que o «sistema jurídico deve ter alguma coerência e quando se está a legislar um caso concreto, a Justiça desafina».
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Em relação à corrupção dos operadores judiciais, a vice-presidente do PSD disse que «na magistratura há uma cultura de independência, mas não quer dizer que não haja um ou outro que não seja».
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Paula Teixeira da Cruz referiu ainda que «Portugal está à beira da falência», uma situação «que nos coloca como nunca numa dependência». E constatou que os portugueses dirigem o seu voto «contra alguém e não a favor». «É contra a democracia, o que a pode matar», acrescentou.
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Para José Pacheco Pereira, Portugal também «não tem soberania nem independência» e está num «impasse complicado». O deputado do PSD salientou que «não há regimes democráticos sem economias de mercado» e que «não havendo vontade das pessoas não há democracia». Falando da história da democracia, o deputado considerou que é o resultado da «hegemonia militar, social, económica e cultural».
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«Temos uma sociedade que vive um espectáculo todos os dias, reduzida aos movimentos espectaculares», acrescentou Pacheco Pereira, que admitiu ter uma «aversão» às políticas geracionais.
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«O problema é que nos partidos, a juventude dura muito tempo. Quando saem indicam nomes. As carreiras partidárias são interiores: são chefes de gabinete, assessores... e a uma dada altura não há possibilidade de retorno e não há liberdade», afirmou ainda o deputado.
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José Pacheco Pereira lembrou ainda que «não é fácil ganhar o poder ao PS, porque tem o controlo dos meios de comunicação social, das universidades e dos negócios». Este «controlo político só pode ser combatido por uma sociedade viva».
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O social-democrata admitiu que o PSD «não pode combater se não encontrar os interlocutores que estão à margem».
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